O

setor de Pesquisa e Desenvolvimento da MSE Engenharia  está explorando sistemas construtivos inovadores. Dentre os projetos de destaque, está o desenvolvimento de blocos de concreto celular não autoclavado voltados para paredes de vedação, que combinam eficiência, qualidade e sustentabilidade, refletindo o compromisso da empresa com a inovação. Esses blocos vazados de concreto celular se diferenciam pela leveza, facilidade de assentamento e excelentes propriedades de isolamento térmico e acústico, podendo ser amplamente utilizados em obras residenciais e industriais. 

Em uma das fases do projeto, foi realizado o ensaio de resistência ao fogo, no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em São Paulo. O teste seguiu os critérios da ABNT NBR 10636-1:2022, com o objetivo de avaliar o desempenho dos blocos em situações de incêndio, verificando sua capacidade de manter a segurança da edificação, inclusive em condições extremas.

Para realizar o ensaio, uma amostra de parede foi construída e após 60 dias de cura, foi submetida a uma fornalha que simula as condições reais de um incêndio, chegando a temperaturas maiores que 1000 ºC. A temperatura da fornalha é controlada e aumenta progressivamente, seguindo uma curva de tempo e temperatura estabelecida pela norma, que reflete o aumento típico da temperatura em um incêndio real.

Face exposta ao fogo do corpo de prova.
Face não exposta ao fogo do corpo de prova.

Durante o teste são avaliados e monitorados três parâmetros essenciais: integridade, isolamento térmico e a ação mecânica.

  • Integridade (E): avalia se a parede é capaz de manter sua função de compartimentação durante o ensaio e não permitir a fissuração excessiva de forma a ocorrer a passagem de chamas ou gases quentes para o lado oposto, evitando que o fogo se propague.
  • Isolação térmica (I): mede a capacidade da parede de limitar o aumento da temperatura no lado não exposto ao fogo, protegendo os ambientes adjacentes do calor excessivo.
  • Ação Mecânica (M): avalia os impactos na parede, mesmo após suportar altas temperaturas.

O ensaio teve duração de 240 minutos (4 horas). Durante todo esse período a parede apresentou um ótimo desempenho, pois mesmo sob calor intenso e constante, a parede não perdeu a estabilidade e sua integridade (E).  A primeira fissura foi observada após 150 minutos de exposição contínua ao fogo, o que evidencia a alta resistência dos blocos. Mas, mesmo após o surgimento dessa fissura, a parede continuou a funcionar como barreira contra as chamas. É válido destacar que durante o transcorrer do ensaio não foram verificadas trincas suficientemente grandes que justificassem a utilização dos medidores.

Gráfico das medidas de temperatura obtidas durante o ensaio.

A isolação térmica (I), que mede o limite de elevação de temperatura da face não exposta ao fogo, foi ultrapassada após os 164 minutos de ensaio. Além disso, aos 210 e 235 minutos foram realizados testes do chumaço de algodão na região das juntas, em nenhum dos tempos ocorreu a inflamação do algodão, ou seja, não estava passando calor suficiente a ponto do algodão pegar fogo. 

Confira o vídeo:

Ao final do tempo de ensaio, para analisar o critério "Ação Mecânica (M)", foram realizados três impactos com energia de 20 J, em três pontos distintos da superfície não exposta ao fogo. Os resultados também foram satisfatórios para este critério, pois não ocorreu nenhum comprometimento da integridade da parede. 

Por fim, a parede de blocos de concreto celular vazados obteve ótimos resultados de resistência ao fogo, classificando-se como E-M-180 e EI-M-150, de acordo com a norma ABNT NBR 16945:2021. Desta forma, verificou-se que mesmo após quatro horas de exposição ao fogo, a parede manteve sua integridade e evitou a passagem de chamas para os demais ambientes, oferecendo uma proteção essencial para a segurança dos usuários.

Conduzido pelo nosso Engenheiro Pesquisador, Lucca Vieira Cremasco.

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